Thursday, March 15, 2007

Da minha janela

Hoje, quando acordei o céu estava cor-de-laranja.
Vi-o cor-de-laranja da minha janela.
Do outro lado estava cor-de-rosa, de todos os outros lados estava cor-de-rosa, mas vi-o cor-de-laranja.
Hoje, quando acordei, vi o céu cor-de-laranja, da minha janela.
Não vi o sol.
Vi-o do outro lado, vi-o em todos os lados nos ceus cor-de-rosa, mas da minha janela não vi o sol.
Hoje, quando acordei, o céu estava cor-de-laranja da minha janela, mas não vi o sol.
Ele estava lá, mas não o vi.
Hoje, depois de acordar, vi nevoeiro da minha janela.
O céu estava azul do outro lado, estava azul em todos os lados, mas da minha janela nao o vi azul.
Hoje, depois de acordar, vi nevoeiro, da minha janela, onde o céu estivera cor-de-laranja, mas não vi o sol.
Hoje, quando o nevoeiro assentou, não vi o sol, vi a lua.
Do outro lado era dia, em todos os lados era dia, mas da minha janela vi a lua.
Hoje vi a lua, da minha janela, quando o nevoeiro, que cobria o céu cor-de-laranja, assentou, mas não vi o sol.
Hoje vi o céu cor-de-laranja no lugar de cor-de-rosa, vi nevoeiro no lugar do céu azul, vi a lua no lugar do sol.
Vi o passado no lugar do futuro, hoje, da minha janela.

3 comments:

estridente said...

já tinha comentado contigo, adoro a subjectividade do texto. não me vou armar em culto e conhecedor, mas faz-me sentir aquele friozinho na espinha. o que é bom!

O Vento said...

Nevoeiro tenho à frente dos meus olhos e entre cada sinapse que ocorre no meu cérebro. Estou lento. Mas sabes que gostei do final, mas para chegar ao final é preciso passar pelo excelente caminho que traçaste.

Anonymous said...

Para quando o dia verde em que ves apenas o sol, sim aquele que te guia todos os dias e te ilude do passado. Anbre-te caminhos longos em direcçao à felicidade, apaga-te o laranja do ceu, a lua do ar, mostra te um dia alegre e repleto de esperança.

***