De mãos guardadas, caminham juntos
Em direcções opostas.
Olham-se, sentem-se,
Sem se sentirem ou olharem.
Choram-se,
Voltam sem se ficarem.
Ela, que te é
Mera silhueta de passado,
Que envolves nos braços,
Olha-te, sente-te,
Sem te sentir ou olhar.
Ele, que te é
Mera silhueta de passado,
Que te envolve nos braços,
Sente-te, olha-te,
Sem te olhar ou sentir.
Perdem-se no éter.
Os corpos vão, eles ficam.
A ânsia de viver espelha-se-lhes no ser
Mas perdem-se.
As mãos escondem-se,
O olhar desvia-se,
O sentir apaga-se...
Os corpos vão, eles ficam,
Caminhando juntos
Em direcções opostas.